terça-feira, 27 de setembro de 2011

Data: 13 de agosto de 2011.

 O deputado estadual Agnelo Alves. 






Tema abordado: sua atuação como ex-prefeito de Parnamirim e a política atual do município e do estado.






 

Acompanharam o ex-prefeito as vereadoras Lucinha, Elienai Cartaxo e o ex-secretário municipal Homero Grec.


  
A entrevista abordou a sua infância em Angicos, pai, mãe, irmãos. A trajetória como jornalista dos grandes jornais da época no Rio de Janeiro e Brasília, seu contato com renomados políticos como Carlos Lacerda, Juscelino, Tancredo Neves, a história de vida e morte de Getúlio Vargas.
Abordamos a o lançamento de seu mais recente livro “Carta ao Humano”, com crônicas escritas na Tribuna do Norte no período da ditadura, onde Agnelo escrevia ao seu personagem fictício “Neco”, como forma de extravasar seus sentimentos e angústias, tristezas e alegrias, com seu jeito singular e característico de expressão literária.


Parnamirim não poderia deixar de ser tema, e importante. Externou sua opinião sobre os problemas de Parnamirim, a atuação do prefeito Maurício Marques como seu sucessor, e a sua postura como avalista da administração atual. Disse que toda semana Maurício Marques o procura para dizer como anda Parnamirim, o que tem feito e o que pretende fazer. Aproveitou e fez uma pequena enquete entre os presentes para saber a opinião sobre a aprovação do gestor da cidade, embora nem todos se despuseram a emitir opinião. 

Agnelo não quis se comprometer quando a pergunta de que ele teria uma postura de apoio incondicional a Maurício Marques: “Não! Nada é incondicional”. Citou as nuvens e os índios como sempre. Escorregadio e cheiroso como sabonete Palmolive (o das antigas) confessou que gosta mesmo é de ver e participar de obras. Foi lembrado que como deputado estadual não consegue fazer isso em plenitude. 
Agnelo começou a fazer conta de quantos anos estaria se fosse eleito prefeito, na sua posse. Achou que já estaria muito idoso. Seriam 81 anos. Esse poderia ser um argumento de que sua candidatura seria inviável.

Disse que o seu maior feito político em Parnamirim foi conquistar a amizade e o carinho de todos que aqui conviveram com ele, nas visitas aos bairros, nas obras entregues para a população administrando a cidade.

Agnelo Alves, jornalista, comunicador a seu modo, escritor, poeta, político de bastidores, gestor sonhador, se foi como entrou: um instigador, menino provocador da imaginação alheia. Não disse que sim nem que não, muito pelo contrário. É o que mais gosta de fazer.
stória da Parnamirim contemporânea. Agnelo Alves deve e muito a essa cidade. Parnamirim o retirou do sarcófago da história política, após sua administração em Natal, com a cassação de seus direitos políticos, o levando ao céu (Senado Federal) e a sua importante gestão frente ao terceiro maior município do RN por dois mandatos.  
Ao final confessou ter se sentido muito bem, num ambiente descontraído e informal, como é de hábito os convidados se sentirem em nosso programa.

Ficou a impressão de que o deputado Agnelo Alves deverá ser candidato a prefeito nas próximas eleições. Basta que a possibilidade de reeleição de Maurício Marques corra perigo ou que os interesses sejam antagônicos. O tempo dirá, dando forma às respostas evasivas e de dúbia interpretação. Agnelo é assim e se diverte dessa forma.

Quero aproveitar essa oportunidade para dizer que após alguns anos de afastamento político, provocado pela observação liberta de fatos que geraram insatisfações, permeado por desilusões e decepções com a política rasteira praticada pelo Brasil afora, sem, contudo, deixar de reconhecer o valor dos acertos administrativos, e aí sim, sem levar em consideração o que ocorre para o favorecimento de um staff difícil de engolir. Admiro a postura literária, o talento do escritor Agnelo Alves.

Quando estávamos juntos e o jornalista fazia a leitura de algum artigo, sentia prazer em ouvir. O seu jeito entrecortado de colocar suas ideias por vezes, a escrita em verso e prosa de forma tímida, a maneira de discorrer com forte cheiro e matiz do interior, de um homem formado no seio de uma família que conseguiu suplantar as dificuldades e limitações de um sertão que ele jamais deixou.


As metrópoles e o mundo visitado em situações outras não tiraram de sua mochila, improvisada pela doença, todos os penduricalhos trazidos dos quase 80 anos vividos. Sua memória jamais o trairá. E a sua maneira de traduzir seu pensamento em forma de letras formando palavras por vezes surpreendentes num texto nada sóbrio são difíceis de imitar. Possui um estilo próprio, desenvolvido através da observação aguçada. Fica aqui o registro de minha admiração pelo que faz de melhor, sem bajulação, já que não consegui ser nem na época da ditadura, como reles tenente de Infantaria, rodeado por generais e coronéis, com a imbecil mentalidade de defender sempre os mais fracos do que eu. 


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